Para alunos que tem dificuldade em acordar cedo para irem à aula e apresentam um desempenho escolar negativo, uma pesquisa concluiu que deixar a molecada um pouco mais na cama faz com que tenham um melhor desempenho. Na cidade de São Paulo, uma escola decidiu fazer um experimento ao mudar o horário de aula dos seus alunos. Ao invés de irem para escola logo pela manhã, agora eles podem ficar um pouco mais na cama e estudar no início da tarde.A idealizadora dessa mudança, professora Rosângela Macedo Moura, diretora da escola estadual doutor Francisco Brasiliense Fusco explica que a idéia de mudar o turno de aulas do período da manhã se deu porque ela não via o rendimento dos alunos. “Muitas vezes o aluno chegava às 7 da manhã com sono, quando conseguia chegar para a primeira aula, ou então apenas para a segunda ou terceira aula. Ou eu tinha que deixar o aluno entrar ou tinha que pensar em alguma coisa para o aluno porque seriam duas aulas perdidas”, relata.
“Os resultados visíveis de hoje são que o aluno dorme até mais tarde, faz os deveres, ajuda a mãe e vem para a escola. Ele chega na escola às 12h30, entra às 13h e sai às 18h45, cansado e já vai direto para a casa”, comemora.
Segundo a professora, com a escola estadual a lei é flexível. Cabe a escola decidir junto com o conselho, com os pais e com os professores o horário das aulas. O diretor tem autonomia para escolher o que é melhor para a sua comunidade. Apesar da resistência por parte dos pais, professores e alunos, a iniciativa se mostrou válida para a educação.
Em relação ao modelo americano, em que o horário das aulas começa e termina mais tarde, a professora defende que este modelo de período integral, se o governo oferecer tudo o que é necessário, favorecerá o aprendizado do aluno, pois ele passa boa parte do tempo na escola, se alimenta e tem o resto da noite para realizar uma atividade prazerosa pra ele. “No outro dia ele estará mais apto a estudar”, explica.
Para as escolas que precisam trabalhar durante os três turnos para atender a quantidade de alunos, quando passa a ser de tempo integral o número de turmas cai e o ideal seriam mais escolas disponíveis. Apesar dessa dificuldade, a escola teve maior procura pelas vagas e o número de alunos aumentou.
