quarta-feira, 16 de julho de 2008

Êxodo 35:3 e Números 15:32-36

“Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado”. (Êxodo 35:3 RA).

“Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado. Os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés, e a Arão, e a toda a congregação. Meteram-no em guarda, porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. Então, disse o SENHOR a Moisés: Tal homem será morto; toda a congregação o apedrejará fora do arraial. Levou-o, pois, toda a congregação para fora do arraial, e o apedrejaram; e ele morreu, como o SENHOR ordenara a Moisés”. (Números 15:32-36 RA).


Estas Leis existentes acerca do Sábado, aparentemente excessivas, eram dadas deste modo sabe porque? “As Leis são dadas de acordo com a consciência moral das pessoas”. Naquela época, eles tinham uma mentalidade diferente. Acender fogo no Sábado, maldizer os pais era punido com a morte. Em Êxodo 21:17 era ordenado: “quem maldizer seu pai ou sua mãe será morto”. Será que o fato de ser ordenado matar quem maldissesse seus pais seria uma desculpa para não guardarmos o mandamento que diz Honra teu pai e tua mãe? Claro que não, pois eles merecem todo nosso amor e respeito.

Vemos então que não é porque a profanação do Sábado era punida com a morte que iremos abolir o mandamento de Deus, que é eterno (Salmo 119:152), assim como não podemos tirar do decálogo o mandamento “honra teu pai e tua mãe”(Êxodo 20:12) pelo fato deste também ser punido na época com a morte. Estas punições estabelecidas por Moisés eram para “mostrar a importância” da Lei.

Ascender fogo no dia de sábado.

“Antanho ascender um fogo exigia considerável esforço. O clima relativamente cálido da região do Sinai não se fazia necessário o aquecimento, e o fogo só houvera servido para cozinhar. Posto que não era indispensável para a saúde comer alimentos quentes em tal clima, não se devia preparar comida quente no sábado ... Este mandato é observado estritamente todavia, nos lugares de clima frio, para os judeus caraítas, que não permitem ascender nem luz nem fogo nas suas casas durante o dia de sábado. Sem dúvida, muitos judeus consideram que esta ordem era de caráter transitório, e ascendem luzes e fogo, inclusive em Israel. Porém os judeus ortodoxos estritos não cozinham (hoje) nenhum alimento no dia sábado”[1][1].

Porque o homem que apanhou lenha no sábado foi morto?

“O pecado deste homem era claramente insolente, e o mesmo era uma ilustração da classe de pecado de que se fala em Números 15: 30...”.
33.

“Foi sua atitude desafiadora que provocou o severo castigo. Deliberadamente quebrantou o sábado”.[2][2]
[1][1] Extraído do Cd – Rom – Comentário Bíblico Adventista do 7o Dia (Casa Publicadora da Argentina).
[2][2] Comentário Bíblico Adventista do 7o Dia Volume I, pág. 888.

Fonte: Escola Bíblica, Caixa Postal 89690 - CEP 28610-972 - Nova Friburgo, RJ.
e-mail: escolabiblica@sisac.org.br

Pastor adventista é executado nas Filipinas

Rebeldes comunistas do Exército do Povo (NPA, sigla em inglês) executaram o ministro cristão Josefino Estaniel, acusado de ajudar os soldados em uma campanha de anti-insurreição em Mindanao por pregar uma mensagem de amor e não de guerra, segundo um porta-voz regional do Exército filipino.O coronel Kurt Decapia disse que os soldados recuperaram o corpo de Josefino Estaniel, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia, de uma sepultura rasa na aldeia de Dalagdag, distrito de Calinan, em Davao City, num lugar conhecido pela dominação dos rebeldes do NPA.O Exército do Povo é um braço armado do Partido Comunista das Filipinas (CPP).Kurt Decapia disse que informantes civis conduziram as forças de segurança até a sepultura do ministro de 45 anos. Ele disse que Estaniel foi seqüestrado por insurgentes em maio, por ordens do líder da NPA Leôncio Pitao, também conhecido como “chefe Parago”.O corpo do pastor Josefino Estaniel, já em decomposição, foi exumado a dois quilômetros de distância da casa de Edwin Tangud, local onde o grupo o executou.De acordo com relatório de campo inicial, a vítima foi torturada antes de ser executada e enterrada.O general Fogy Leo Fojas, chefe da 10ª Divisão de Infantaria do Exército filipino, condenou as atrocidades da NPA e a morte do ministro cristão.(Missão Portas Abertas)

Homossexual processa editoras de Bíblias

Deu no LifeSiteNews.com: Um homem homossexual perturbado com versículos da Bíblia que condenam o homossexualismo como pecado decidiu — em vez de processar Deus ou exigir indenização do Espírito Santo — perseguir duas editoras cristãs por suas versões da Bíblia, as quais ele diz violam seus direitos constitucionais e lhe causam sofrimento emocional e instabilidade mental.

Bradley LaShawn Fowler de Canton, Michigan, entrou com uma ação num tribunal regional de Michigan em 7 de julho contra a Editora Zondervan buscando uma indenização de 60 milhões de dólares. Fowler também entrou com outra ação no começo de junho buscando uma indenização de 10 milhões de dólares da Editora Thomas Nelson, com sede em Nashville, Tennessee.Fowler está representando a si mesmo em ambos os casos.

O juiz Julian Abele Cook Jr. negou-se a aceitar o pedido de Fowler para que um advogado nomeado pelo tribunal o representasse no caso da Thomas Nelson, dizendo: "O tribunal tem algumas preocupações legítimas acerca da natureza e eficácia dessas queixas."Fowler, de 39 anos, culpa as referências ao homossexualismo como pecado na Bíblia da Zondervan por seu relacionamento precário com sua família, seus próprios períodos de "desmoralização, caos e confusão", e até mesmo a morte do homossexual Matthew Shepard. Shepard foi brutalmente assassinado em 1998 num crime que foi amplamente noticiado como sendo motivado pela homossexualidade de Shepard, embora uma notícia da rede ABC em 2004 tenha mostrado evidência contrária a essa alegação.

Fowler disse que ele foi criado com uma educação religiosa que ensinou a ele que a homossexualidade é um estilo de vida de pecado. "É por isso que fiquei completamente perturbado depois de descobrir que o termo homossexual foi adicionado à bíblia em 1982, e então removido em 1994 sem consideração alguma às muitas vítimas que cometeram suicídio ou foram assassinadas por causa de sua preferência sexual de homossexualidade", escreveu ele em seu blog "Bradley-Almighty" [Bradley-Todopoderoso].Ele continua: "Lamentavelmente, porém, a editora que iniciou a guerra mental contra os homossexuais jamais tentou pedir perdão a Matthew Shepard ou a ninguém mais que perdeu a vida, por causa de suas tendências maliciosas e rigorosas."

Fowler diz que as editoras de Bíblias são parte de uma vasta conspiração que planeja documentos sagrados para fazer com que "eu e outros que são homossexuais soframos abusos verbais, discriminação, episódios de ódio e violência física, inclusive assassinatos". Fowler diz que ele está muitíssimo descontente porque a Editora Zondervan usa a palavra "homossexual" em vez de utilizar outras palavras que indicam a mesma coisa. Em seus blog, Fowler explica que na edição de 1964 da Bíblia, a palavra usada em 1 Coríntios 6, versículo 9, era "efeminados", onde a passagem dizia: "Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas…" (1Co 6:9-10).Na edição de 1982 a palavra "efeminados" foi traduzida como "homossexuais", enquanto na versão de 1987 foi traduzida "aqueles que participam de conduta homossexual". Mas a edição de 1994, diz Fowler, de novo denuncia "efeminados" e "sodomitas".Fowler então pergunta a seus leitores: "Qual dessas versões é verdadeira? Qual não é?" Ele então continua a dizer que a editora deveria ter publicado um aviso acerca da mudança de termos. Ele alega que a mudança está provocando violência contra os homossexuais.

O processo também pode servir como campanha publicitária para a sabedoria bíblica que o próprio Fowler afirma ter. Ele está estreando o livro 365 Razões para Estudar a Bíblia. Um anúncio diz que o livro é "compilado com extensas pesquisas coletadas para um processo civil contra uma das maiores e mais respeitas editoras de Bíblias dos EUA", e outro anúncio diz que o livro leva o leitor "numa viagem pelo tempo… lentamente expondo segredos escondidos que as editoras de Bíblias lutam febrilmente para manter ocultos do público geral há séculos. Uma avalanche de segredos que estão mantendo escravizados milhões de pessoas no mundo hoje".Um porta-voz da Editora Zondervan disse ao canal de TV WOOD em Grand Rapids que a editora não traduz Bíblias nem possui o direito autoral, mas confia na opinião acadêmica de confiáveis comitês de tradução.

(Traduzido e adaptado por Julio Severo: http://www.juliosevero.com/)

Nota: A Bíblia tem levados milhões da ruína para a vida, tem livrado muitas pessoas da morte; não devemos lutar com aquilo que nos faz bem, devemos amar.

terça-feira, 15 de julho de 2008

PARÁBOLA DA GRANDE CEIA - LUCAS 14


16 Então Jesus lhe disse: Um homem fez um grande jantar, e convidou a muitos.
17 E à hora do jantar enviou a seu servo a dizer aos convidados: Vinde, que já todo está preparado.
18 E todos a uma começaram a escusar-se. O primeiro disse: Comprei uma fazenda, e preciso ir vê-la; rogo-te que me escuses.
19 Outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou prová-los; rogo-te que me escuses.
20 E outro disse: Acabo de casar-me, e por tanto não posso ir.
21 Voltado o servo, comunicou estas coisas a seu senhor. Então enojado o pai de família, disse a seu servo: Vê cedo pelas vagas e as ruas da cidade, e traz cá aos pobres, os mancos, os coxos e os cegos.
22 E disse o servo: Senhor, fez-se como mandaste, e ainda há lugar.
23 Disse o senhor ao servo: Vê pelos caminhos e pelos valados, e força-os a entrar, para que se encha minha casa.
24 Porque vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados, agradará meu jantar.


Comentário Bíblico:

16.
Um grande jantar.
[Parábola do grande jantar, Luc. 14: 16-24. Cf com. Mat. 22: 1-14. Com referência às parábolas, ver pp. 193-197.] Jesús descreve aqui as abundantes bênçãos do reino dos céus mediante o símbolo de um grande banquete, símbolo que evidentemente era comum para seus ouvintes (ver com. vers. 15). Não contradiz a veracidade da declaração do fariseo (vers. 15), mas si põe em dúvida a sinceridade do que a fez. O fariseo era, em realidade, um dos que nesse mesmo momento estavam recusando o convite evangélico (ver com. vers. 18, 24).
Há muitas similitudes entre esta parábola e a da festa de casamentos do filho do rei (Mat. 22: 1- 14), mas também há muitas diferenças; e são também muito diferentes as circunstâncias nas quais foram pronunciadas. Esta parábola foi apresentada na casa de um fariseo, enquanto a de Mat. 22 foi pronunciada num momento em que tentavam apresar a Jesús (Mat. 21: 46).
Convidó a muitos.
Este primeiro convite à festa evangélica, foi a que estendeu aos judeus através de todo o AT (ver t. IV, pp. 28-34). Refere-se especificamente aos repetidos apelos de Deus a Israel, feitos por meio dos antigos profetas (ver com. vers. 21-23).
17.
Enviou a seu servo.
Pode considerar-se que Jesús era, num sentido especial, o "servo" enviado a anunciar: "todo está preparado". Evidentemente se acostumava que o anfitrião enviasse um servo quando a festa estava por começar, para recordar aos convidados seu convite. Segundo Tristram (Eastern Customs, p. 82), o mesmo se fazia em seu tempo (1822-1906). Se o convidado se tinha esquecido ou não sabia quando devia ir à festa, este recordativo lhe permitiria preparar-se e chegar a tempo. No ambiente do Próximo Oriente, onde ainda hoje a hora não tem tanta importância como no mundo ocidental, esse recordativo servia para evitar possíveis desgostos tanto ao convidado como ao anfitrião.
18.
Todos a uma.
Dá a impressão de que os convidados se tivessem posto de acordo para desprezar a seu amável anfitrião. Por suposto, foram mais de três os convidados à festa (vers. 16); mas parece que Jesús enumerou estas três desculpas como exemplo do que o servo ouviu onde quer ia. Há um exemplo similar (cap. 19: 16-21) no qual se apresentam vários casos e no que há mais de três pessoas envolvidas.
Começaram.
Cada convidado apresentou seu próprio pretexto, mas nenhum tinha uma razão aceitável; em cada caso, a verdadeira razão era, indubitavelmente, que o convidado tinha mais interesse em alguma outra coisa que teria do que pospor se assistia à festa. As desculpas também denotavam falta de apreço pela hospitalidade e a amizade do que dava a festa. Os que recusaram o convite à festa evangélica lhe davam mais valor aos interesses temporários que às coisas eternas (Mat. 6: 33).
Em muitos países se considera que recusar um convite -salvo quando é realmente impossível aceitá-la- é desprezar a amizade que se oferece (ver com. vers. 17).
Comprei uma fazenda.
Este pretexto, ainda que fosse verdadeiro, era uma débil desculpa, pois já tinha comprado a fazenda. Não há dúvida de que o comprador tinha examinado cuidadosamente o campo antes de fechar o negócio.
19.
Cinco yuntas de bois.
Neste caso também já se tinha feito a compra. O comprador só desejaria assegurar-se de que realmente tinha feito um bom negócio, e bem poderia ter postergado essa comprovação se deveras desejava assistir à festa.
20.
Não posso ir.
O que apresentou a terceira desculpa parece que foi mais descortés do que os outros.
Aqueles, com aparente cortesia, tinham pedido desculpas por não ir; mas este 789 simplesmente disse que não podia ir. Alguns sugerem que esta negativa se baseava no fato de que a um homem se lhe concediam certas isenções dos deveres civis e militares durante o primeiro ano de vida matrimonial (ver com.
Deut. 24: 5), e que portanto disse: "Não posso ir". No entanto, essas isenções não o eximiam das relações sociais normais, e qualquer tentativa por ficar eximido não era mais do que um falso pretexto. A desculpa deste terceiro convidado não tinha realmente maior valor do que a dos dois primeiros.
21.
Enojado.
Enquanto o servo enumerava, uma depois de outra, as débeis desculpas, o amável anfitrião montou em cólera. Num primeiro momento todos tinham aceitado seu convite e, devido a essa aceitação, tinha feito os preparativos para a festa. Mas agora que se tinham feito todos os preparativos e o jantar estava lista, parecia ter uma conspiração para envergonhá-lo (ver com. vers. 18).
Ademais, tinha feito gastos consideráveis para preparar a festa.
Deus, que prepara a festa celestial, sem dúvida não se enoja como os seres humanos. No entanto, com tudo o que fez para proporcionar à perdida humanidade as bênçãos da salvação, seu amante coração deve sentir-se muito triste quando os homens dão pouca importância a seu amável convite para participar da justiça divina e do favor celestial. Todos os recursos do céu foram investidos na obra da salvação, e o menos do que podem fazer os seres humanos é apreciar e aceitar o que Deus proporcionou.
Vê cedo.
É evidente que o invitador não deseja ver que seus custosos comestíveis se percam. Se seus melhores amigos decidem não aceitar a demonstração de sua boa vontade, de boa vontade convidará a desconhecidos para que a recebam. Note-se também que sua ação harmoniza com o conselho dado por Jesús imediatamente antes de apresentar esta parábola (vers. 12-14), conselho que não foi bem recebido pelos convidados à festa na qual Jesús se achava e que impulsionou a um deles a mudar o tema da conversa (ver com. vers. 15).
As vagas e as ruas.
O convite evangélico foi primeiro dada ao povo judeu, representado aqui como habitantes de uma "cidade". Os principais cidadãos, que tinham desprezado o convite, eram os dirigentes judeus, alguns dos quais estavam nesse momento reunidos com Jesús numa festa em casa de um fariseo (ver com. vers. 1). Os convidados que desprezaram o convite representavam à aristocracia religiosa de Israel. Depois desta rejeição, o amável anfitrião se afastou de seus amigos preferidos para os desconhecidos da "cidade", os membros desamparados e algumas vezes desprezados da sociedade. Residiam na mesma "cidade" dos convidados, e portanto eram judeus; mas alguns deles eram publicanos e pecadores, homens e mulheres a quem os aristocratas da nação consideravam como parias. No entanto, tinham fome e sede do Evangelho (ver com. Mat. 5: 6).
Os pobres, os mancos.
Os judeus supunham comummente que quem sofriam dificuldades financeiras ou corporais não gozavam do favor de Deus; e portanto, essas pessoas muitas vezes eram desprezadas e descuidadas por seus próximos (ver com. Mar. 1: 40; 2: 10). Supunha-se que Deus as tinha eliminado e por isso a sociedade também as considerava como parias. Jesús nega nesta parábola que devastes pessoas eram desprezadas por Deus, e afirmou que não deviam ser desprezadas por seus próximos, nem ainda que seus sofrimentos pudessem dever-se a seu próprio pecado ou conduta imprudente. Os afligidos pela pobreza e por deficiências físicas parecem representar aqui principalmente aos que estão em bancarrota moral e espiritual. Não têm boas obras próprias que oferecer a Deus a mudança das bênçãos da salvação.
22.
Ainda há lugar.
O servo se deu conta de que o amável anfitrião sem dúvida desejava que fossem ocupados todos os lugares de seu banquete; e o mesmo ocorre no caso da grande festa evangélica. Deus não criou a terra "em vão" (ver com. Isa. 45: 18), como um deserto vazio, senão que a criou para que fosse habitada como eterno lar de uma raça humana feliz. O pecado postergou por um tempo o cumprimento desse propósito, mas finalmente se atingirá (PP 53). A cada indivíduo que nasce neste mundo se lhe oferece a oportunidade de participar na festa evangélica e de viver para sempre na terra renovada. Esta parábola ensina claramente que a oportunidade que recusa um será aceitada imediatamente por outro (cf. Apoc. 3: 11).
23.
Os caminhos... e os valados.
Os primeiros convidados à festa evangélica foram os judeus (ver com. vers. 16, 21). Deus os chamou 790 primeiro, não porque os amasse mais do que aos outros homens nem porque fossem mais dignos, senão para que compartilhassem com outros os sagrados privilégios que lhes tinham sido encomendados (ver t. IV, pp. 27-40).
Jesús se relacionou muitas vezes com publicanos e pecadores, os parias da sociedade, para consternação dos dirigentes judeus (ver com. Mar. 2: 15-17). Durante seu ministério em Galilea trabalhou fervorosamente em favor dos que espiritualmente eram pobres e defeituosos, "pelos caminhos e pelos valados" de Galilea (ver com. Luc. 14: 21). Mas quando a gente de Galilea o recusou na primavera (março-maio) do ano 30 d. C. (ver com. Mat. 15: 21; Juan 6: 66), Jesús ministró em repetidas ocasiões a gentis e a samaritanos como também a judeus (ver com. Mat. 15: 21). No entanto, o convite evangélico para os que estavam "pelos caminhos e pelos valados" se refere em primeiro lugar à apresentação do convite do Evangelho aos gentis depois que a nação judia recusou finalmente o convite evangélico, rejeição que culminou com o apedreamiento de Esteban (ver t. IV, pp. 35-38; Hech. 1: 8). "Os caminhos e os valados" da parábola estavam fora da "cidade", e portanto representam apropriadamente as regiões que não eram judias, isto é, os pagões (ver com. Luc. 14: 21). Quando os apóstolos encontraram que seus compatriotas se lhes #oponer<3> em sua evangelização ao mundo, voltaram-se aos gentis (Hech. 13: 46-48; cf. Rom. 1: 16; 2: 9).
Força-os.
Gr. anagkázÇ, "obrigar", "impor", já seja por força ou por persuasão.
Alguns entenderam que esta afirmação justifica o uso da força para converter aos homens a Cristo; mas o fato de que Jesús mesmo nunca recorresse ao uso da força para obrigar aos homens a acreditar em ele, e que nunca ensinou a seus discípulos a que assim o fizessem, e que a igreja apostólica também não o fez, demonstra que Jesús não queria que suas palavras se interpretassem assim. Jesús ensinou muitas vezes a seus discípulos, por preceito e por exemplo, que evitassem controvérsias e represálias pelas injúrias que recebessem (ver com. Mat. 5: 43-47; 6: 14-15; 7: 1-5, 12; etc.), já fosse como indivíduos ou como heraldos autorizados do Evangelho (ver com. Mat. 10: 14; 15: 21; 16: 13; 26: 51-52; Luc. 9: 55). Os discípulos não só não deviam perseguir a outros (Luc. 9: 54- 56), senão que deviam suportar a perseguição com mansedumbre (ver com. Mat. 5: 10-12; 10: 18- 24, 28).
Com a frase "força-os a entrar" Jesús singelamente quis destacar a urgência do convite e a força apremiante da graça divina; portanto, a bondade e o amor deviam ser a força motriz (PVGM 186-187). O verbo anagkázÇ se emprega com um sentido similar quando Jesús "fez a seus discípulos entrar na barca" (Mat. 14: 22). Existe uma enorme diferença entre o constante convite à que Jesús se referia, e recorrer à força física que muitos chamados cristãos em séculos passados consideraram uma medida apropriada, e que alguns que invocam o nome de Cristo empregariam hoje se tivessem poder para fazê-lo.
A parábola mesma prova que em nenhum momento se recorreu à violência para conseguir convidados à festa. Se o invitador tivesse querido utilizar a força a teria usado com o primeiro grupo de convidados. Os convites à festa evangélica sempre estão precedidas das palavras "o que queira" (Apoc. 22: 17). Esta parábola não sanciona de nenhum modo a teoria de que a perseguição religiosa é um meio para levar aos homens a Cristo. O uso da força ou da perseguição em assuntos religiosos, em qualquer forma ou quantidade é uma política inspirada por Satanás e não por Cristo.
Encha-se minha casa.
Ver com. vers. 22. O dono de casa tinha convidado a muitos (vers. 16); e, ademais, quando o servo saiu pelas vagas e as ruas da cidade não pôde encontrar suficientes pessoas para encher a sala de festa (vers. 22).
24.
Nenhum daqueles.
O anfitrião da parábola é quem faz a enérgica declaração de que serão excluídos todos os que originalmente foram convidados. Mas isto não significa que o céu exclui arbitrariamente a ninguém. O amável anfitrião simplesmente anula seu convite original, que tinha sido tão rudamente recusada.
Evidentemente sua casa agora estava cheia (vers. 23), e não tinha mais lugar.
Mas no reino dos céus sempre terá amplo lugar para todos os que queiram entrar (ver com. vers. 22).
Jesús não ensinou por meio desta parábola que as riquezas terrenais são necessariamente incompatíveis com o reino dos céus, senão que o desmedido afeto pelos bens terrenais desqualifica a uma pessoa para entrar no céu; em verdade, øpriva-a do desejo 791 das coisas celestiais. Uma pessoa não pode servir a "dois senhores" (ver com. Mat. 6: 19-24). Quem dedicam seus primeiros e melhores esforços para acumular posses terrenais e gozar dos prazeres mundanos, ficarão fora porque o anseio de seu coração está centrado nas coisas terrenais e não nas celestiais (cf. Mat. 6: 25-34). Cobiçar as coisas terrenais finalmente mata o desejo pelas coisas celestiais (ver com. Luc. 12: 15-21); e quando se lhe pede aos cobiçosos que compartilhem sua riqueza acumulada, marcham-se tristes (ver com. Mat. 19: 21-22).
"Dificilmente entrará um rico no reino dos céus" (Mat. 19: 23), pela singela razão de que geralmente não tem suficiente desejo de entrar ali.
Agradará meu jantar.
Nó agradariam do jantar nem ainda que mudassem de parecer. A salvação consiste no convite que Deus estende e a aceitação do homem. Ambas se complementam. Nenhuma das duas pode ser efetiva sem a outra. As Escrituras apresentam repetidas vezes a possibilidade de que quem tenham desprezado a graça de Deus, quiçá pareçam mudar de opinião quando já é demasiado tarde; isto é, quando já não se ouve mais o convite evangélico Ver. 8:20; Mat. 25: 11-12; Luc. 13: 25). Este convite finalmente conclui, não porque se tenha traspuesto algum prazo fixado pela misericórdia de Deus senão porque os excluídos já chegaram a uma decisão final e definitiva. Se mais tarde mudassem de parecer, se deveria nada mais a seu entendimento de do que elegeram mal no que diz respeito aos resultados finais, mas não a que repentinamente tenham sentido um sincero desejo de viver obedecendo a Deus.


segunda-feira, 7 de julho de 2008

Parábolas de Jesus: o bom samaritano


"Quem é o meu próximo?" Essa questão suscitava discussão entre os judeus. Na parábola do bom samaritano (Lc 10:25-37), Cristo respondeu. Mostrou que nosso próximo não é apenas alguém da mesma religião a que pertencemos ou alguém de nossa família, amigos ou alguém que admiramos. Não tem a ver com nacionalidade, cor, credo ou distinção de classe. Nosso próximo é toda pessoa que precisa da nossa ajuda. Nosso próximo é todo aquele que é propriedade de Deus.
Na história do bom samaritano, Jesus ensina a natureza da verdadeira religião. Mostra que a verdadeira religião consiste não em sistemas, credos ou cerimônias, mas no cumprimento de atos de amor para com os outros.

Lucas 10:25: "E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?"

Lucas 10:26: "Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas?"

A pergunta feita a Jesus por um “doutor da lei” deixa claro nas entrelinhas que havia segundas intenções. O judeu tinha consciência de que ele próprio não tratava igualmente todas as pessoas com amor. E essa era uma realidade entre os israelitas. Então, pergunta: “Que farei?”

Essa pergunta revela um conceito de salvação totalmente equivocado. Para ele, como para a maioria dos judeus do seu tempo, a salvação era obtida por meio de obras. Não havia entendimento da graça divina. Ocorre que, sendo um especialista em leis, o doutor conhecia bem a resposta à sua pergunta. Mas como sustentava a crença de que os pagãos e os samaritanos não deviam ser considerados como “próximos”, na realidade sua pergunta era: “Qual dos israelitas é o meu próximo?”

Jesus aproveitou a pergunta capciosa para abordar essa questão fundamental. Os fariseus tinham sugerido essa pergunta ao doutor da lei “com o intuito de pôr Jesus à prova”. Mas Jesus não entrou em discussão, como pretendiam. Respondeu à pergunta com outra pergunta: "Que está escrito na lei?", fazendo com que o próprio doutor respondesse.

Lucas 10:27: "A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo."

Lucas 10:28: "Então, Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás."

Em sua resposta, o doutor não citou as cerimônias e rituais israelitas. A estes não deu importância. Preferiu dar maior relevância aos dois grandes princípios de que dependem toda a lei e os profetas. Ao concordar com a resposta do doutor da lei, Jesus ficou em posição vantajosa diante dos rabinos. Não podiam condená-Lo por confirmar aquilo que fora dito por um expositor da lei.

Em seus ensinos, Jesus sempre apresentava a unidade da lei divina, mostrando que é impossível guardar um preceito e violar outro; porque é o mesmo princípio que sustenta toda a lei. O amor a Deus e o amor ao próximo são os dois princípios em que se resumem os Dez Mandamentos. É impossível guardar os quatro primeiros mandamentos sem amar a Deus, assim como é impossível guardar os outros seis sem amar ao próximo. E o amor é o princípio em que se baseia toda a lei.

Cristo sabia que ninguém poderia cumprir a lei por sua própria força. Por isso, pretendia induzir o doutor da lei a um estudo mais esclarecido e minucioso para que achasse a verdade. Somente aceitando a graça de Cristo podemos observar a lei. A fé na propiciação pelo pecado habilita o homem caído a amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo.

O doutor sabia que não conseguia guardar completamente os dez mandamentos. Foi conscientizado disso pelas palavras de Jesus. Mas em vez de confessar o seu pecado, procurou justificar-se. Em vez de reconhecer a verdade, tentou mostrar como é difícil cumprir os mandamentos. Desse modo esperava justificar-se aos olhos do povo. As palavras de Jesus lhe mostraram que ele mesmo sabia a resposta para a pergunta que havia feito.

Lucas 10:29: "Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?"

Fugindo da controvérsia para a qual os fariseus pretendiam arrastá-Lo, Jesus respondeu a essa importante pergunta com uma parábola. Não denunciou a hipocrisia dos que O estavam espreitando para O condenar. Mas, mediante uma singela história, apresentou aos ouvintes a natureza do verdadeiro amor, de tal forma que tocou o coração de todos e arrancou do doutor da lei a confissão da verdade. O meio de dissipar as trevas é admitir a luz. O melhor meio de tratar com o erro é apresentar a verdade. É a manifestação do amor de Deus que torna evidente o pecado do coração concentrado em si mesmo.

Lucas 10:30: "Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto."

Lucas 10:31: "Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo."

Lucas 10:32: "Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo."

O que Jesus descreveu não era uma cena imaginária, mas uma ocorrência verídica que ocorria com muita freqüência naqueles dias. O sacerdote e o levita, que estavam passando pelo local e não pararam para socorrer o ferido, encontravam-se entre o grupo que estava escutando atentamente as palavras de Cristo.

Como Jerusalém está a 800 metros acima do nível do mar e Jericó a 400 abaixo, a estrada é bem acidentada. Em menos de 30 quilômetros, ela desce 1.200 metros. Além disso, os muitos despenhadeiros e passagens estreitas facilitavam o ataque de bandidos que ficavam espreitando suas vítimas. Por isso, segundo a parábola, naquele lugar o viajante foi atacado, roubado, ferido e machucado, sendo deixado meio-morto à beira do caminho.

Estando nessas condições, um sacerdote passou por aquele caminho, viu o homem ferido, mas não lhe prestou socorro. Apareceu em seguida um levita. Curioso de saber o que acontecera, observou a vítima quase morta. Sentiu a convicção do que devia fazer, mas não era uma tarefa fácil. Desejou não ter ido por aquele caminho, de modo que não visse o ferido. Convenceu-se de que nada tinha com o caso e também seguiu o seu caminho. Ambos, tanto o sacerdote como o levita, ocupavam postos sagrados e professavam expor as Escrituras. Pertenciam à classe especialmente escolhida para servir de representantes de Deus perante o povo.

Na conduta dos dois, não viu o doutor da lei coisa alguma contrária ao que lhe fora ensinado sobre as reivindicações da lei. Aliás, para ele, esses homens tinham razões legítimas para recusar-se a ajudar o ferido. Eles podiam estar a caminho de algum serviço religioso, ou talvez estivessem preocupados com o perigo de ficar impuros (Lv 21:1-3; Nm 19:11-22) e ter que passar por rituais de purificação (o que, algumas vezes, tomava vários dias). E havia também a questão da segurança pessoal. Então, Jesus introduz na história uma nova cena.

Lucas 10:33: "Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele."

Lucas 10:34: "E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele."

Lucas 10:35: "No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar."

Os judeus eram inimigos dos samaritanos. Desde os dias de Esdras, os samaritanos foram misturados com os pagãos, durante as conquistas da Assíria e Babilônia (2 Reis 17:24-41). Os samaritanos ergueram um templo rival no Monte Gerizim e passaram a aceitar apenas os primeiros livros da Bíblia. Por tudo isso, os hebreus encaravam a religião dos samaritanos como impura.

Entretanto, um samaritano que viajava pela mesma estrada viu a vítima e fez o que os outros não fizeram: com carinho e amabilidade tratou do ferido. Não indagou se o estranho era judeu ou gentio. Fosse ele judeu, bem sabia o samaritano que, invertidas as posições, o homem lhe cuspiria no rosto e passaria desdenhosamente. Mas nem por isso hesitou. Não considerou que ele próprio se achava em perigo de assalto, se demorasse naquele local. Bastou-lhe o fato de estar ali uma criatura humana em necessidade e sofrimento.

Tirou o próprio vestuário para cobri-lo. O óleo e o vinho, provisão para sua viagem, empregou-os para curar e refrigerar o ferido. Colocou-o em sua cavalgadura e pôs-se a caminho devagar, a passo brando, de modo que o estranho não fosse sacudido. Conduziu-o a uma hospedaria, cuidou dele durante a noite. Pela manhã, como o doente houvesse melhorado, o samaritano decidiu seguir viagem, não sem antes se certificar de que o ferido receberia os cuidados e a atenção do hospedeiro. Pagou as despesas e ainda deixou uma reserva para qualquer necessidade eventual. O fato de o samaritano estar viajando por um território estrangeiro torna seu ato de misericórdia mais notável ainda.

Dando essa lição, Jesus apresentou os princípios da lei de maneira direta e incisiva, mostrando aos ouvintes que o sacerdote e o levita tinham negligenciado a prática desses princípios. Suas palavras eram tão definidas e acertadas que os ouvintes não podiam contestá-las. O doutor da lei não encontrou na lição nada que pudesse criticar. O samaritano cumprira o mandamento: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo", mostrando assim ser mais justo do que os que o condenavam.

Muitos olham com indiferença e desdém para aqueles que arruinaram seu corpo. Outros desprezam os pobres por diferentes motivos. Ainda assim, pensam estar trabalhando na causa de Cristo em empreendimentos de maior valor. Sentem que estão fazendo grande obra e não podem por isso se deter em cuidar das dificuldades do necessitado e do infeliz. Apesar disso, imaginam estar se dedicando a uma suposta grande obra. Acham que sua negligência é justificável, porque estão promovendo a causa de Cristo de outra forma.

Muitos se denominam cristãos, mas isso quase nada vale. Podemos professar ser seguidores de Cristo; podemos professar crer em todas as verdades da Palavra de Deus; mas isto não fará bem ao nosso próximo, a não ser que essa crença possa ser vista em nossa vida diária. Um exemplo correto fará mais benefício ao mundo que qualquer profissão de fé. A religião do evangelho é Cristo na vida. É o amor de Cristo revelado no caráter e expresso em boas obras.

Onde quer que haja um impulso de amor e simpatia, onde quer que o coração se comova para abençoar e amparar os outros, é revelada a operação do Santo Espírito de Deus.

Se um doente espiritual necessita de amparo, como nós mesmos certamente também, em algum momento, já necessitamos, muito pode contribuir a experiência de alguém que fora tão fraco quanto ele, de alguém capaz de entendê-lo e ajudá-lo. O conhecimento da nossa própria debilidade contribui para que possamos ajudar a outros que estejam em necessidade.

Deus permite que tenhamos contato com o sofrimento para nos tirar do egoísmo e desenvolver em nós o atributo do Seu caráter: o amor. Através dessa abençoada experiência diária, aprenderemos tudo que está encerrado na pergunta: "Quem é o meu próximo?"

Lucas 10:36: "Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?"

Lucas 10:37: "Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo."

Concluída a história, Jesus fixou o doutor da lei com um olhar que lhe parecia ler a alma, e disse: "Qual dos três foi o próximo do homem ferido?” O doutor mesmo assim evitou mencionar o nome samaritano, e respondeu: "O que usou de misericórdia para com ele.” Jesus disse: "Vai, e procede da mesma maneira."

A parábola do bom samaritano tem nos ajudado a entender que temos de ajudar as pessoas que são vítimas de circunstâncias que estão além do seu controle, tanto quanto as que entram em problemas por causa de si mesmas, e que nossa ajuda têm de ser prática, não apenas a demonstração de um sentimento. A verdadeira compaixão se traduz em atos de bondade. Só quem ama a Deus, ama ao próximo (Lv 19:18; Dt 6:5).

Afinal, quem é o meu próximo? A resposta correta é: “Qualquer pessoa que precise de minha ajuda.”

OS ATOS DO BOM SAMARITANO:

1. O odiado samaritano logo reparou que o ferido era judeu; alguém que odiava sua raça; alguém de outra religião; alguém que certamente jamais o ajudaria, se as posições estivessem invertidas.

2. Mas isso não importava, quem estava ali precisando desesperadamente de ajuda era um ser humano.

3. Arriscou sua vida por ele.

4. Vendo-o, sentiu compaixão por ele. Tudo o mais foi apenas o resultado da misericórdia.

5. Tratou do ferido disponibilizando, para tanto, os seus próprios recursos.

6. Usou parte do alimento que trazia consigo para a viagem: o vinho para limpar as feridas e o azeite para suavizar a dor.

7. Depois, colocou-o (esforço) sobre o animal (patrimônio) e ele próprio foi a pé (sacrifício).

8. Chegando a uma hospedaria, cuidou dele durante a noite (tempo).

9. Deu dois denários (oferta à causa de Deus) ao hospedeiro.

CRISTO, O BOM SAMARITANO

1. O judeu ferido, caído, despojado e incapaz de ajudar a si mesmo, ilustra nossa condição como pecadores.

2. Nós também fomos atacados pelas forças do mal.

3. Quando nos viu à beira da morte, Cristo não passou direto; arriscou Sua vida para nos salvar, mesmo embora fôssemos Seus inimigos.

4. Deus não tinha obrigação de resgatar o homem caído. Ele podia ter passado pelos pecadores assim como o sacerdote e o levita fizeram em relação ao homem ferido.

5. O samaritano deu o seu vinho para que as feridas fossem limpas e o Senhor Jesus nos concedeu Seu precioso sangue para nos lavar de todo o pecado.

6. O samaritano deu o seu azeite para aliviar a dor e o Senhor Jesus nos ofereceu o Santo Espírito para nos consolar e capacitar a viver uma vida justa num mundo injusto.

7. Em Sua missão de salvar o ferido, o samaritano deu o seu tempo e o Senhor Jesus nos concedeu 33 anos de uma vida perfeita.

8. O samaritano fez tudo quanto estava ao seu alcance, dispondo de seu dinheiro e o Senhor Jesus deu tudo quanto possuía; deu todo o Céu para restaurar no homem a imagem de Deus.

Esta parábola descreve a bondade e o amor que nosso Salvador tem para com o homem caído e infeliz. Nós éramos como esse pobre, aflito viajante. Satanás, nosso inimigo, havia nos assaltado, despojado, ferido. Estávamos por natureza mais que semimortos em nossos delitos e pecados; completamente incapazes de nos salvar, pois não tínhamos forças. A lei de Moisés, como o sacerdote e o levita, não tem compaixão de nós, não nos oferece alívio, passa ao largo, não tendo piedade nem poder para nos ajudar. Mas eis que veio o abençoado Jesus, o Bom Samaritano. Ele teve compaixão de nós; Ele cuidou das nossas feridas; Ele derramou sobre elas não azeite e vinho, mas o Seu próprio sangue.

As pessoas que se relacionaram com o homem ferido podem ser classificadas em três grupos, de acordo com a sua filosofia de vida:

COBIÇA (os assaltantes) – “O que é meu, é meu; e o que é seu, será meu, se eu conseguir tomar de você.” Essa é a filosofia de muita gente. Milhões vivem uma vida de egoísmo e ganância.

INDIFERENÇA (o sacerdote e o levita) – “O que é meu, é meu; e o que é seu continuará a ser seu, se você puder defendê-lo.” Essa é a filosofia de alguns religiosos que são indiferentes à dor e ao sofrimento alheios.

AMOR (o bom samaritano) – “O que é seu, é seu; e o que é meu será seu, se você precisar.” O meu vinho, o meu azeite, o meu animal, o meu dinheiro, a minha energia e o meu tempo serão seus, se você precisar. As oportunidades de ajudar aos outros geralmente são inesperadas e inconvenientes.

Qual tem sido a nossa filosofia de vida? A dos assaltantes, a do sacerdote e do levita, ou a do bom samaritano? O que caracteriza o nosso relacionamento com o próximo? A cobiça, a indiferença ou o amor?

(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, inspirado na palestra do advogado Mauro Braga.)

sexta-feira, 4 de julho de 2008